Seguro para terceiros: como funciona, coberturas e valores
Acidentes de carro são muito comuns no Brasil, inclusive aqueles que envolvem outros motoristas e passageiros. De acordo com dados do Ministério dos Transportes, em 2024 já ocorreram quase 500 mil acidentes de trânsito no país – sendo que o número de veículos envolvidos nessas mesmas ocorrências é de mais de 746 mil.
Nesse contexto, é importante saber sobre como funciona um seguro contra terceiros e quais as formas de acionar o serviço. Essa é uma das principais coberturas disponíveis quando o assunto é proteção de automóveis e recebe o nome de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF-V).
Ter o passo a passo para recorrer a seus direitos quando precisar pode te salvar de muitas enrascadas. Preparamos este material com tudo o que você precisa saber!
Seguro contra terceiros: como funciona?
O serviço de cobertura para terceiros protege os danos que podem ser causados a outra pessoa ou ao veículo dela em um acidente. Por exemplo, se você bater em um carro estacionado, essa indenização te dá suporte para pagar pelo conserto. Caso ocorra um atropelamento de pedestre, é possível cobrir despesas médicas e danos pessoais.
Os tipos de seguro para terceiros variam de acordo com a seguradora e o contrato assinado, por isso é importante checar se a sua apólice inclui essa cobertura. Também há limites de indenização que podem variar entre as seguradoras. Continue lendo para ver os detalhes das coberturas desse seguro.
Quais são os tipos do seguro contra terceiros?
O seguro contra terceiros ou cobertura de Responsabilidade Civil Facultativa garante indenização quando o segurado for responsabilizado por danos causados a terceiros e obrigado a pagá-los.
De acordo com a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), existem duas modalidades da cobertura de Responsabilidade Civil Facultativa, que são:
- por veículo segurado indicado na apólice, para a modalidade de responsabilidade civil facultativa veículos (RCFV); ou
- por qualquer veículo conduzido pelo segurado ou pelos condutores indicados na apólice de seguro, independentemente de quem seja seu proprietário, para a modalidade de responsabilidade civil facultativa para condutores de veículos automotores (RCFC).
O DPVAT cobre danos a terceiros?
A principal diferença entre o DPVAT (seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre) e a cobertura de seguro para terceiros é que o DPVAT não cobre os danos materiais causados a terceiros.
A finalidade do DPVAT é amparar as vítimas de acidentes de trânsito, portanto, oferece indenização em situações que causam invalidez permanente, morte, necessidade de assistência médica e pagamento de despesas suplementares.
Portanto, o seguro para terceiros pode ser essencial caso você provoque prejuízos a outro veículo ou uma despesa hospitalar não coberta pelo DPVAT, por exemplo.
O que cobre o seguro para terceiros?
O contrato e a apólice do segurado ditam o que está coberto no seguro para terceiros. Mas, de forma geral, podem ser indenizados:
- Danos materiais: reembolso de valores atrelados a prejuízos causados a bens materiais. Exemplo: despesas de funilaria e pintura causadas por uma batida ocasionada pelo segurado;
- Danos corporais: pagamento de indenização em caso de danos físicos causados a terceiros, incluindo situações como morte, invalidez e despesas médicas; Exemplo: acidente que faz com que o terceiro fique impossibilitado de trabalhar por um tempo;
- Danos morais: geralmente são exigidos quando há processo judicial. O seguro poderá cobrir essa indenização complementar. Exemplo: se você causar um acidente e for obrigado pela justiça a pagar um valor de dano moral a um terceiro, esse seguro pode arcar com o prejuízo.
Essas são as categorias de incidentes que são comuns nos seguros para terceiros. Mas, como dito, é necessário se atentar à apólice assinada. Se você ainda não contratou a cobertura de seguro contra terceiros, ao ler o contrato esteja ciente do que realmente estará coberto em caso de sinistro antes de fechar negócio.
Você pode negociar com a seguradora para retirar ou adicionar cenários que julgue relevantes de se proteger contra.
Caso você já tenha contratado essa proteção, você deve procurar a sua apólice para entender exatamente quais são as suas coberturas. Esse documento contempla obrigações, condições de cobertura e a legislação em vigor.
Como é o processo para acionar o seguro para terceiros?
Recorrer ao seguro após um acidente pode ser confuso e fica mais fácil se você seguir algumas etapas. Siga estes passos para acionar o serviço:
- Reúna documentos: junte o boletim de ocorrência, fotos do acidente, dados do outro motorista, como nome, telefone e placa, e informações da sua apólice.
- Notifique a seguradora: entre em contato com a operadora do serviço o quanto antes pelo telefone ou pelo canal de atendimento indicado por ela.
- Informe os detalhes: diga o que aconteceu, onde e quando. Quanto mais informações, melhor.
- Siga as instruções: a seguradora pode pedir documentos extras. Entregue tudo o que for solicitado para agilizar o processo.
- Aguarde a análise: a seguradora fará uma análise antes de liberar a cobertura. Eles podem pedir para falar com o outro motorista envolvido. Uma dica é facilitar o contato entre as partes para que o processo ocorra mais rápido.
- Receba a indenização: se tudo for aprovado, a seguradora pagará pelos danos a terceiros, conforme sua apólice.
É importante ler sua apólice para saber o que está coberto e quais são os limites de indenização. Isso evita surpresas durante o processo.
💡Veja em detalhes: Aviso de sinistro: saiba como funciona para acionar seu seguro
Tem que pagar franquia para acionar o seguro para terceiro?
Uma das dúvidas mais frequentes sobre a contratação do seguro auto contra terceiros é em relação à necessidade de pagar franquia quando há sinistro. A franquia é a “taxa” cobrada pela seguradora quando o seguro é acionado.
No seguro de veículos contra terceiros não há franquia. Esse valor será cobrado apenas para a realização de reparos no carro do próprio segurado.
Neste caso, quando ocorrer o sinistro e a seguradora for acionada, haverá a cobertura dos danos definidos no contrato (sejam danos materiais, corporais ou morais). Pode existir um limite máximo de valor de indenização, que também deve estar descrito na apólice.
👉 Leia mais: Como funciona a franquia do seguro de carro? Entenda regras
Quanto tempo o seguro tem para pagar terceiros?
Segundo a SUSEP, as seguradoras precisam indenizar os segurados na ocorrência de um sinistro em um prazo máximo de 30 dias após a entrega dos documentos necessários.
Se a operadora de seguros tiver dúvidas justificáveis, ela pode solicitar documentos adicionais, o que faz com que a contagem do prazo citado seja suspensa e recomece do zero.
Caso esses prazos não sejam respeitados, o segurado pode fazer uma reclamação à SUSEP ou buscar ajuda do Programa de Defesa do Consumidor (Procon).
Qual valor é coberto pelo seguro para terceiros?
Os valores cobertos pelo seguro contra terceiros podem variar, uma vez que há diversas operadoras no país com muitas coberturas distintas. O cálculo dessa proteção costuma ser feito a partir de um valor mínimo capaz de cobrir os danos.
Em média, considera-se a faixa entre R$ 50 mil a R$ 100 mil, que seriam valores suficientes para reparar os danos causados a terceiros. Porém, é possível encontrar tanto valores maiores como menores no mercado.
Isso significa que essa quantia é acordada entre a seguradora e o segurado no momento da negociação. É evidente que, quanto maior for o valor da indenização em caso de sinistro, maior também será o prêmio do seguro (mensalidade paga pelo beneficiário).
Perda total veículo de terceiro é coberto?
Quando há perda total de veículo de terceiro, com o seguro responsabilidade civil facultativa de veículos (seguro contra terceiros ou seguro para terceiros), a seguradora deve indenizar até o valor máximo definido na apólice do seguro.
Por regra geral, considera-se perda total quando o preço do reparo tem valor igual ou superior a 75% do valor de compra do veículo. O cálculo para definir o que será pago ao terceiro é de acordo com o valor médio de mercado do veículo da vítima (caso esse montante seja maior do que definido em contrato, o segurado deve arcar com a diferença).
Quais são as vantagens do seguro para terceiros?
- Proteção financeira: o serviço cobre os danos que você pode causar a outras pessoas ou a veículos, evitando que tenha que pagar tudo do próprio bolso.
- Tranquilidade: saber que está protegido em caso de acidentes traz mais segurança ao dirigir. Isso reduz a preocupação com imprevistos.
- Cobertura de despesas médicas: se você causar um acidente com feridos, o seguro ajuda com as despesas médicas de terceiros, o que é essencial em situações graves.
- Cumprimento legal: em muitos lugares, essa cobertura é exigida por lei e você precisa do serviço para evitar multas.
- Facilidade no processo: a seguradora lida com a parte burocrática, como a negociação de indenizações e reparos, o que torna algumas situações mais simples para você.
Você já entendeu como funciona um seguro para terceiros e sabe o que considerar para investir ou não em uma proteção completa. Analise as opções disponíveis no mercado e escolha a melhor para o seu estilo de vida.
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